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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

sexta-feira, 5 de setembro de 2014


Mangueira curta resolve mistério de StonehengeA grama ressecada expôs trincheiras do monumento há muito escondidas, indicando seu formato e tamanho originais

  • A grama ressecada expôs trincheiras do monumento há muito escondidas, indicando seu formato e tamanho originais
Uma mangueira curta demais levou arqueólogos a esclarecer um dos mistérios de Stonehenge, na Inglaterra: o antigo monumento realmente era circular.

Especialistas reexaminaram o sítio arqueológico após serem contatados pelo administrador do local, que percebeu que a grama estava ressecada ao longo de trincheiras indicando o formato original do monumento.


O responsável pela manutenção de Stonehenge, Tim Daw, contou que estava de pé na trilha que circunda as rochas, olhando para a grama próxima às pedras e pensando que deveria comprar uma mangueira mais longa.


Foi então que percebeu que a grama estava mais ressecada nos locais em que arqueólogos tinham buscado, sem sucesso, pelas pedras que faltam.


"Chamei um colega e ele também percebeu que isso poderia ter uma importância. Como não somos arqueólogos, chamamos os profissionais", disse Daw a repórteres.

A equipe tirou fotos aéreas e ficou constatado que Stonehenge era, de fato, um círculo completo.




Relembre: pessoas celebram o solstício de inverno em Stonehenge16 fotos

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22.dez.2011 Multidão assiste ao nascer do sol em Stonehenge, na Inglaterra, que marca o início do solstício de inverno. Tim Ireland/PA/AP

Trincheiras de 1901

Há tempos os arqueólogos discutem se Stonehenge, um monumento erguido entre 4.000 e 5.000 anos atrás, no período Neolítico, era um círculo completo ou intencionalmente construído na forma de semi-círculo.


Esta distinção pode influenciar as teorias que explicam a razão de ser da estrutura de pedra, próxima à cidade de Salisbury, no sudoeste da Inglaterra.

O fato de marcas aparecerem nos locais em que as trincheiras existiam reforça a teoria de que eles indicam áreas de terra removida.


As conclusões foram publicadas na revista especializada "Antiquity". O estudo destaca que, embora Stonehenge seja um dos monumentos mais analisados do planeta, ainda guarda surpresas.



Daw explicou que as partes mais ressecadas, que indicavam o formato original do monumento, correspondiam a escavações arqueológicas documentadas, inclusive duas trincheiras escavadas pelo engenheiro William Gowland em 1901.

Os cientistas também dizem que a descoberta ressalta a importância de um monitoramento contínuo do patrimônio arqueológico por terra e ar.


A organização britânica de patrimônio English Heritage disse que a descoberta é "muito significativa".


"Muita gente acha que nós escavamos o sítio inteiro e que já sabemos tudo que se pode saber sobre Stonehenge. Mas na verdade ainda tem muita coisa que não sabemos", Susan Greaney, historiadora da organização.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2014

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Assento sanitário de 2.000 anos usado por romanos é achado na Inglaterra

Veja imagens de Ciência do mês (agosto/2014)61 fotos

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Arqueólogos encontraram um assento sanitário feito de madeira produzido há 2.000 anos perfeitamente preservado e que pode ser o único existente usado pelos romanos. O artefato foi descoberto no forte Vindolanda, na Muralha de Adriano, em Northumberland, no norte de Inglaterra e pode ter sido usado por soldados de fronteira, cujo trabalho era manter os bárbaros afastados de seus domínios.
O coordenador das escavações do forte, Andrew Birley, já havia desenterrado ouro e prata do local, além de outros objetos relacionados ao domínio romano na região. Ele descobriu o assento sanitário em uma vala cheia de lama, que antes abrigava lixo. Birley acredita que a madeira sobreviveu justamente por causa da lama, que teria deixado o material livre do oxigênio.
"Nós conhecemos muito sobre banheiros romanos a partir de escavações anteriores, que incluíram muitas latrinas romanas fabulosas. No entanto, nunca antes tivemos o prazer de ver um assento de madeira perfeitamente preservado", afirmou a um jornal inglês.

Fonte:  http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2014/08/28 

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Novo fóssil de dinossauro carnívoro é encontrado em Minas Gerais

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Do UOL, em São Paulo                                                        01/08/2014



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NOVO FÓSSIL EM MINAS - Um fóssil de uma nova espécie de crocodiliforme baurusuquídeo, de tamanho grande, que competia com os dinossauros terópodes (carnívoros), foi encontrado no Triângulo Mineiro. O crânio do animal tinha 38 cm de comprimento e ele possuía uma dentição altamente especializada para hábitos carnívoros. Além do crânio, também foi encontrada a maior parte do esqueleto do fóssil. A espécie foi descoberta na região de Campina Verde, em Minas Gerais, nas rochas do período Cretáceo Superior (aproximadamente 90 milhões de anos atrás). De acordo com os pesquisadores, este é o maior crocodiliforme encontrado na região mineira L. Adolfo/Estadão Conteúdo
Um fóssil de uma nova espécie de crocodiliforme baurusuquídeo, de tamanho grande, que competia com os dinossauros terópodes (carnívoros), foi encontrado no Triângulo Mineiro.
O crânio do animal tinha 38 cm de comprimento e ele possuía uma dentição altamente especializada para hábitos carnívoros. Além do crânio, também foi encontrada a maior parte do esqueleto do fóssil.
A espécie foi descoberta na região de Campina Verde, em Minas Gerais, nas rochas do período Cretáceo Superior (aproximadamente 90 milhões de anos atrás). De acordo com os pesquisadores, este é o maior crocodiliforme encontrado na região mineira, diferente das espécies já conhecidas, como Campinasuchus dinizi, que foi encontrado na mesma região em 2011.
O Triângulo Mineiro possui alto potencial paleontológico, e os trabalhos de campo ainda serão realizados durante este ano.
A equipe que participou desta descoberta contou com dez pessoas do Complexo Cultural e Cientifico de Peirópolis e da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e envolveu geólogos, paleontólogos e técnicos, que trabalharam durante cinco dias na expedição.
A próxima etapa do trabalho é a preparação do exemplar e o início dos estudos científicos para futura publicação. Os recursos deste projeto são provenientes do MCTI (Ministério de Ciências, Tecnologia, Inovação).

Datas Comemorativas de Agosto

01 · Dia Nacional do Selo 
03 · Dia do Tintureiro
03 · Dia do Capoeirista
05 · Dia Nacional da Saúde
08 · Dia do Pároco 
09 · Dia dos Pais (2009 – a data é móvel, sempre no 2º domingo de Agosto)
11 · Dia da Televisão 
11 · Dia do Advogado 
11 · Dia do Estudante
11 · Dia do Garçom
11 · Dia Internacional da Logosofia
12 · Dia Nacional da Artes
13 · Dia do Economista
14 · Dia do Cardiologista
15 · Assunção de Nossa Senhora 
15 · Dia da Informática 
15 · Dia dos Solteiros
16 · Dia do Filósofo
19 · Dia do Artista de Teatro
19 · Dia Mundial da Fotografia
20 · Dia dos Maçons
22 · Dia do Folclore
22 · Dia do Supervisor Escolar
23 · Dia da Injustiça
24 · Dia da Infância
24 · Dia dos Artistas
24 · Dia de São Bartolomeu
25 · Dia do Feirante 
25 · Dia do Soldado
27 · Dia do Corretor de Imóveis
27 · Dia do Psicólogo
28 · Dia da Avicultura 
28 · Dia dos Bancários
29 · Dia Nacional do Combate do Fumo
31 · Dia da Nutricionista 

terça-feira, 10 de junho de 2014

Cacique formado na USP sonha com mestrado para ser referência

Um de seus objetivos é criar um vestibular específico para os indígenas.Ubiratã Awá Baretédju, de 37 anos, mora em aldeia de Peruíbe, SP.
Mariane RossiDo G1 Santos
Cacique Ubiratã, em Peruíbe, SP (Foto: Ubiratã Gomes Awá M´Baretédjú/Arquivo Pessoal)Cacique Ubiratã, em Peruíbe, SP (Foto: Ubiratã Gomes Awá M´Baretédjú/Arquivo Pessoal)

Um cacique formado em Pedagogia pela Universidade de São Paulo (USP) quer se tornar um mestrando em Antropologia. Morador de Peruíbe, ele já é responsável pelas aldeias do litoral paulista e quer ser referência em educação no País. Um de seus objetivos é criar um vestibular específico para os indígenas.


Ubiratã Gomes Awá M´Baretédjú, de 37 anos, nasceu e foi criado na aldeia Bananal, em meio à Mata Atlântica e a cerca de 15 quilômetros do Centro de Peruíbe. A aldeia, uma das mais antigas da região, com cerca de 300 anos de existência, abriga aproximadamente 13 famílias. Os índios coletam frutos, produzem sucos para consumo próprio, fazem o reflorestamento por meio de sementes e preparam mudas para o comércio. Na aldeia, as tradições indígenas dos tupis-guaranis também permanecem intocáveis. Apesar de já terem acesso à internet, à energia elétrica e outras tecnologias, perpetuam características de seus antepassados. Vivem da caça, da pesca, da confecção e venda de artesanato e de apresentações culturais.
Cacique Ubiratã, em Peruíbe, SP (Foto: Ubiratã Gomes Awá M´Baretédjú/Arquivo Pessoal)Cacique Ubiratã, em Peruíbe, SP (Foto: Ubiratã
Gomes Awá M´Baretédjú/Arquivo Pessoal)
A educação é a base para que as crianças indígenas e as próximas gerações possam eternizar os costumes e crenças de seu povo. “Na realidade, a educação indígena é aquela que nós aprendemos com os nossos antepassados, mas a educação escolar indígena é aquela que temos dentro das escolas”, fala o cacique. Por isso, as escolas indígenas foram montadas dentro das aldeias da Baixada Santista. Segundo o cacique, elas estão distribuídas nas cidades de São Vicente,Praia GrandeMongaguá e Peruíbe.
O ensino é diferenciado porque une as tradições indígenas com as disciplinas convencionais, encontradas em qualquer escola dos centros urbanos. “Antes, a educação era voltada à integração nacional e falava-se que o indígena não fazia parte da sociedade. Não podíamos fazer manifestações culturais, tirar dúvidas nas escolas. A própria educação era administrada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) na década de 1980. Em 1996, com algumas leis, o cuidado em relação às escolas indígenas passou para o Ministério da Educação (MEC). Essa lei nos beneficiou muito”, diz ele. Com as escolas indígenas, eles também têm mais autonomia para criar projetos político-pedagógicos, materiais didáticos e dinâmicas em grupo. Nas escolas, há desde o ensino infantil até nono ano. “Eu tenho aluno que, com quatro anos, já está lendo. As nossas escolas indígenas teriam que ser mais divulgadas”, explica.
Cacique após se formar em Pedagogia na USP (Foto: Ubiratã Gomes Awá M´Baretédjú/Arquivo Pessoal)Cacique após se formar em Pedagogia na USP (Foto: Ubiratã Gomes Awá M´Baretédjú/Arquivo Pessoal)
O cacique e outros índios receberam capacitação para atuar nesses centros especializados de ensino. Entre 2006 e 2008, eles fizeram o Curso Superior Indígena de Pedagogia na USP. As aulas eram ministradas no campus da faculdade uma vez por semana e também aconteciam na prática, dentro das aldeias. “Nós recebemos a formação em serviço, que foi melhor aproveitada. Quando se faz uma pedagogia formal, você adquire muitas teorias. No nosso caso, ficávamos uma semana em São Paulo e depois voltávamos para as nossas escolas, nossas aldeias, e aplicávamos lá”, conta o cacique. Após se formarem, eles começaram a atuar nas escolas indígenas de maneira efetiva, com material oferecido pelo Estado e pelo Governo Federal. Mas, segundo o cacique, os livros e líderes que falam sobre a cultura indígena já estão defasados. De acordo com ele, o discurso é sempre sob a visão do não indígena, o que prejudica a imagem das comunidades.
Ubiratã durante palestra em encontro (Foto: Ubiratã Gomes Awá M´Baretédjú/Arquivo Pessoal)Ubiratã durante palestra em encontro (Foto:
Ubiratã Gomes Awá M´Baretédjú/Arquivo Pessoal)

Por isso, o cacique quer ter mais conhecimento e ser referência no ensino dos indígenas. Formado em Pedagogia, agora ele busca um mestrado. No ano passado, ele passou por várias fases do processo seletivo, mas, na última, foi barrado pela banca avaliadora. Segundo ele, o motivo dado pelos professores foi a falta de referências bibliográficas no projeto apresentado, mas ele acredita que houve outros problemas. “Três aprovaram e um não. Foi frustração mesmo. Eu creio que tenha sido preconceito, porque os argumentos foram muito vazios. Pretendo não desistir nunca, ainda mais sendo brasileiro nato como eu. Sei que tenho capacidade para isso. Também sei que vai ser difícil, sendo indígena ou não”, diz.



O cacique ficou decepcionado com o resultado e decidiu não tentar o processo seletivo para o mestrado neste ano. No entanto, ele não parou os estudos e a produção de cultura, abriu uma produtora e está fazendo documentários dentro da aldeia sobre o mundo indígena. Ele e a esposa são responsáveis pela gravação, produção e edição de todo o material. Além disso, o cacique continua participando de projetos dentro da USP, principalmente os ligados à Antropologia, sempre em prol da educação da comunidade indígena no Brasil. "Quero criar um vestibular especifico para indígenas. A educação indígena hoje é uma grande referência. Junto às lideranças, estamos procurando formar cidadãos, com uma cultura que se fortalece a cada dia”, conclui.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Rei Juan Carlos da Espanha abdica em favor de seu filho

Rei disse que renuncia para 'abrir uma nova etapa de esperança'. Príncipe Felipe de Borbón (Felipe 6º)  será proclamado no dia 18 de Junho.

Em discurso à nação, Juan Carlos, de 76 anos, afirmou que decidiu abdicar em favor do filho para que se possa "abrir uma nova etapa de esperança na qual se combinem a experiência adquirida e o impulso de uma nova geração".

"Decidi colocar fim ao meu reinado e abdicar da coroa da Espanha", informou o monarca, ressaltando "um impulso de renovação, de superação, de corrigir erros e abrir caminho para um futuro decididamente melhor".

O rei disse que "hoje uma geração mais jovem merece passar à primeira fila" para empreender "as mudanças e reformas exigidas pela atual conjuntura".
O Rei Juan Carlos da Espanha durante anúncio de sua abdicação nesta segunda-feira (2) (Foto: Spanish Royal Palace/AP)Juan Carlos durante anúncio de sua abdicação nesta segunda-feira (2) (Foto: Spanish Royal Palace/AP)
"Estes anos difíceis nos permitiram fazer um balanço autocrítico de nossos erros e de nossas limitações como sociedade", declarou, com semblante sério, em um discurso simples de seis minutos, gravado no Palácio da Zarzuela, em Madri.
"Meu filho Felipe, herdeiro da Coroa, encarna a estabilidade que é sinal de identidade da instituição monárquica", acrescentou Juan Carlos, que, apesar de ter passado por várias cirurgias nos últimos anos, havia declarado recentemente que não abdicaria do trono.
O rei assegurou que, "fiel ao desejo político" de seu pai, o Conde de Barcelona, de quem herdou o legado histórico da monarquia espanhola, quis ser o "rei de todos os espanhóis". O monarca expressou sua gratidão à rainha Sofía, "cuja colaboração e generoso apoio não me faltaram nunca".
O rei também disse que pensou em deixar o cargo em seu aniversário de 76 anos e que, ao olhar para trás, pode "apenas sentir orgulho e gratidão" em relação ao povo espanhol.
Decisão política
Uma fonte do palácio real informou à agência Reuters que os motivos da abdicação são políticos, e não de saúde. "É uma decisão política. Ele está abdicando devido aos novos desafios na Espanha, porque acredita que é necessário dar espaço para a nova geração", afirmou a fonte.

"Vi o rei convencido de que esse é o melhor momento para que possa acontecer, com toda a normalidade, a mudança na chefia de Estado e a transmissão da coroa ao príncipe Felipe, que reinará como Felipe VI", disse o premiê Rajoy.
O rei da Espanha chegou ao trono em 22 de novembro de 1975, apenas dois dias depois da morte do ditador Francisco Franco, que o havia nomeado seu sucessor. Muito popular, especialmente após fazer oposição a uma tentativa de golpe de Estado em 23 de fevereiro de 1981, o monarca viu sua aceitação cair entre os espanhóis nos últimos anos, após uma série de escândalos.
Seu filho, Felipe de Borbón, de 46 anos, se tornou Príncipe das Astúrias, título do herdeiro da Coroa espanhola, em janeiro de 1977.
Sua filha, princesa Cristina, e o marido dela, Iñaki Urdangarin, estão sendo investigados em um caso de corrupção. Ambos negam qualquer irregularidade. Um juiz em Palma de Mallorca deve decidir em breve se Urdangarín irá a julgamento pelas acusações de desvio de 6 milhões de euros de fundos públicos por meio de entidades beneficentes.
Em seu pronunciamento no Palácio da Moncloa, sede do Executivo, Mariano Rajoy lembrou o papel do rei na transição democrática na década de 1970, após a ditadura de Francisco Franco, e disse que ele "foi um defensor infatigável" dos interesses da Espanha. "O rei deixa uma impagável dívida de gratidão a todos os espanhóis."
Rajoy prestou homenagem ao rei ao afirmar que "renuncia ao trono uma figura histórica tão estreitamente vinculada à democracia espanhola que não é possível entender uma sem a outra".
Rajoy acrescentou que convocou para esta terça-feira (3) um Conselho de Ministros extraordinário para tramitar a renúncia do rei ao trono, mediante a aprovação de uma Lei Orgânica como estabelece a Constituição espanhola.
"Quero transmitir que este processo se desenvolverá em um contexto de estabilidade institucional e como prova da maturidade de nossa democracia", disse Rajoy.
Príncipe da Espanha, Felipe  e princesa Letizia (Foto: AFP)
Príncipe Felipe assumirá o trono, e Letizia Ortiz será
a nova rainha da Espanha. (Foto: AFP)
O parlamento já iniciou os preparativos para a tramitação da abdicação de Juan Carlos I, assim como para o ato de coroação do futuro rei Felipe VI.
Após o governo aprovar nesta terça o texto da lei, o Executivo deverá receber o sinal verde da Mesa do Congresso, que abrirá um prazo para que os grupos parlamentares apresentem emendas.
As leis orgânicas, relativas ao desenvolvimento dos direitos fundamentais ou da Coroa, necessitam da maioria absoluta do Congresso para serem aprovadas. Uma vez que a norma obtenha o sinal verde da câmara baixa, passará ao Senado e, se este não introduz modificações, será aprovada definitivamente.
Foto de 10 de junho de 1971 mostra o então príncipe Juan Carlos ao lado do ditador Francisco Franco (Foto: AFP)Foto de 10 de junho de 1971 mostra o então príncipe Juan Carlos ao lado do ditador Franco (Foto: AFP)
 A abdicação é uma medida excepcional na Coroa espanhola. Nos últimos séculos, só foi realizada em seis ocasiões, a última em 1941, quando Alfonso XIII renunciou em favor de seu filho Juan de Bourbon, pai do rei Juan Carlos.

A vitória de partidos republicanos nas eleições municipais em 1931 acabou ocasionando a abdicação de Alfonso XIII e a imediata proclamação da República. Exilado em Roma, Alfonso XIII abdicou em favor de seu terceiro filho, Juan de Bourbon, pouco antes de morrer, em 1941.
Juan de Bourbon nunca chegou a reinar e, em 1977, apresentou oficialmente a renúncia aos seus direitos ao trono perante seu filho, o rei Juan Carlos – que já era chefe do Estado desde 1975, após a morte do ditador Francisco Franco.

sexta-feira, 28 de março de 2014

A PASSAGEM DE SAINT-EXUPÉRY PELO RIO GRANDE DO SUL HÁ MAIS DE 80 ANOS


Entre 1929 e 1931, o autor e piloto teria feito pousos em Porto Alegre e Pelotas.
A passagem de Saint-Exupéry pelo Rio Grande do Sul há mais de 80 anos Divulgação/Ver DescriçãoFoto: Divulgação / Ver Descrição
O homem que escreveu um dos livros mais vendidos do mundo, Antonie de Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe, teria vindo ao Rio Grande do Sul. Mais que isso: teria trabalhado aqui, passeado, tomado banho no rio Gravataí e — para orgulho dos mais bairristas — até saboreado um churrasco gaúcho.E Saint-Exupéry acaba aparecendo porque fora o trabalho nas letras, também era piloto e utilizaria essas pistas entre 1929 e 1931, período em que viveu em Buenos Aires. Não transportava gente, mas cartas da Europa para a América do Sul. Os aviões, ainda precários, não conseguiam percorrer longas distâncias, viviam quebrando e precisavam ir fazendo muitas paradas. Por isso, ele faria pousos periódicos nas cidades gaúchas. Os jornais da época alardeavam o feito dos "aparelhos possantes" que tinham feito viagem de Pelotas a Montevidéu em 3h40min. O mesmo trajeto hoje leva 40 minutos. As evidências da passagem do escritor pelo Estado começam a ser descobertas por um estudo que pretende colocar o Estado no mapa do patrimônio material e imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O projeto, coordenado pela Fundação Latécoère, quer restaurar as primeiras escalas de voo no Brasil, que por aqui ficavam em Porto Alegre e Pelotas.
Atualmente, a parada de pouso em Pelotas, que contava com uma pista, oficina mecânica e uma casa, já não pode ser reconhecida. Ao invés disso, se amontoam lixo, laranjas podres, madeiras, porcos e cavalos de criação, onde hoje é erguida a casa de Luís Fernando Oliveira, 36 anos. O que era para ser um vão para guardar peças de aviões se transformou em uma piscina de água preta e parada.

Em Porto Alegre, a pesquisa deve começar no segundo semestre. A única pista da passagem de Exupéry vinha na obra Voos noturnos, em que ele citava o município. "Havia brumas para os lados de Porto Alegre", escreveu. 
Mas a possível confirmação chegou pelo testemunho do jornalista, escritor e advogado Nilo Ruschel, no livro Rua da Praia. Ele escreveu ter visto o francês tomando uma hidrolitol, espécie de refrigerante, nos cafés da Rua dos Andradas. 
Nesse tempo, sequer tinha lançado sua obra prima e era reconhecido na cidade "pelos casacos de couro que os aviadores, e só eles, então vestiam", descreveu. Ruschel deixou registrado que os aviadores foram a um assado na zona sul da Capital e deu seu palpite pessoal: "Oh, Saint-Exupéry adorava o céu de Porto Alegre, e Mermoz (outro piloto), as mulheres!".

      
A antiga pista de pouso em pelotas - Foto: Reprodução  
Hoje o local é irreconhecível - Foto: Jerônimo Gonzalez 

O exemplo de Santa Catarina

A empresa para qual Saint-Exupéry trabalhava, a atual Air France e antiga Aéropostale, foi a primeira a fazer a distribuição de cartas por avião da Europa para América do Sul. A empresa tinha 28 cidades-escalas nos três continentes. Destas, 11 estavam no Brasil, como a de Pelotas, Porto Alegre e a do Campeche, em Florianópolis.

A casa onde Exupéry morou em Florianópolis - Foto: Cristiano Estrela


A proposta é recuperar esses locais e torná-los patrimônio da humanidade pela Unesco. Em cada um deles, existia uma casa onde os pilotos dormiam e reabasteciam os aviões, a pista de pouso, uma oficina para consertar as máquinas e as redes de comunicação sem fio. 

Em Pelotas, o lugar está irreconhecível. Em Porto Alegre, o local ainda não foi vistoriado. Já o de Campeche, no sul da Capital catarinense, ainda é possível ver a casa dos pilotos. Por lá, o processo está adiantado: foi apresentado um projeto, orçado em R$ 900 mil, para captar recursos via Lei Rouanet e restaurar o local.  A ideia é apresentar a história de cada piloto, maquetes dos aviões da época e uma coleção de selos.

As aventuras dos pilotos franceses

No década de 1920 e 1930, os aviões para uso comercial recém chegavam no Brasil. A empresa para qual Saint-Exupéry trabalhava foi a primeira a fazer um mapa aéreo do país. Foi pioneira na América do Sul. E para enfrentar o desconhecido contratou pilotos jovens entre 20 e 25 anos. Os aventureiros enfrentaram todo tipo de sorte com aviões que viviam quebrando no ar: há histórias pelo Brasil de pilotos caindo em aldeias indígenas, praias desertas e ainda na Cordilheira dos Andes em pleno inverno, onde um aviador conseguiu sobreviver após cinco dias de caminhada. 

 
O mapa da Aéropostale - Foto: Reprodução 
No 5º capítulo de O Pequeno Príncipe aparece o acendedor de lampiões. A pesquisadora Mônica Cristina acredita que tenha sido inspirado nos primeiros Voos noturnos no Brasil, que não tinham luzes nas pistas, mas moradores e pescadores os recebiam com tochas acesas.
Fonte:http://zerohora.clicrbs.com.br/