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terça-feira, 17 de maio de 2016

De imperador a barões do café, veja fazendas preservadas no interior de SP

Veja algumas das fazendas históricas no interior de São Paulo preservadas e protegidas pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Turístico) como patrimônio histórico estadual.
Nelas, além de relaxar, também dá para se divertir e fazer uma viagem de volta ao passado, conhecendo um pouco mais da história local e imaginando como seria viver lá, como um verdadeiro peão, ou sinhazinha, caso você seja fã da novela "A Escrava Isaura". Confira:
Reprodução/museumonteirolobato
Sítio do Picapau Amarelo (Chácara do Visconde) – Taubaté


A chácara, que inspirou Monteiro Lobato a escrever as aventuras da turma do "Sítio do Picapau Amarelo", foi tombada pelo Condephaat em 1980. Incluem-se no tombamento a casa, a capela, um cruzeiro, uma velha jaqueira e mais um terreno de 7.000 m². Atualmente, o local abriga um museu em homenagem ao autor, com acervo cheio de objetos pessoais de Lobato, além de uma vasta biblioteca com as primeiras edições de seus livros e também de outros escritores. A área ainda possui uma extensa área verde e espaços para apresentações teatrais com os personagens do Sítio.

Quando: De terça a domingo das 9h às 17h
Onde: Rua Campinas, s/nº - Chácara do Visconde
Informações: (12) 3625-5062 e www.museumonteirolobato.com.br





Divulgação/Elizeu Marcos Franco
Fazenda Resgate – Bananal


A casa, um solar assobradado construído em taipa de pilão e pau-a-pique, com planta retangular e telhado em quatro águas, constitui um dos mais ricos e requintados exemplos de moradia rural do período cafeicultor. Pertenceu, no início do século 19, ao comendador Inácio G. Monteiro, que a vendeu o imóvel a José de Aguiar Toledo. No entanto, a fazenda atingiu sua fase áurea com Manoel de Aguiar Vallim, que foi quem construiu a sua sede em, aproximadamente, 1820. Tombada pelo Condephaat em 1982, o local foi um dos maiores produtores de café do Vale do Paraíba. Não possui opção de hospedagem, mas a visitação é permitida para fins turísticos e culturais após agendamento prévio.

Quando: Terças, das 8h às 12h e Quartas, Quintas e Sextas, das 8h às 16h 
Onde: Estrada Nova para Barra Mansa - Km 324
Informações: (12) 3116 - 1002 e www.fazendaresgate.com.br



Divulgação/Victor Hugo Mori
Fazenda Vargem Grande – Areias


O local teve sua sede construída em 1837, época do "Ciclo do Café" em São Paulo. Seus proprietários ficaram conhecidos como "Barões do Café", principalmente no eixo entre as cidades de Areias, Bananal, São José do Barreiro, Silveiras e Queluz. A fazenda encontra-se em estudo de tombamento pelo Condephaat e atualmente abriga um hotel fazenda, com jardins projetados por Roberto Burle Marx. O casarão foi inteiramente restaurado e incorpora uma parte nova, construída conforme o padrão original. Todos os ambientes são repletos de detalhes e transformam a visita em uma verdadeira viagem no tempo.

Quando: Segunda a sexta das 10h às 17h
Onde: Estrada dos Tropeiros km 257, Serra da Bocaina
Informações: (12)  99759-5351 e www.fazendavargemgrande.com.br





Jefferson Conti/Wikimedia Commons
Fazenda Morro Azul – Iracemápolis/Limeira


Tombada em 1974, é um elegante exemplo de construção do século 19, cujo destaque é seu projeto arquitetônico. Em forma de palacete, exibe azulejos portugueses e ingleses na fachada. A sede foi construída em 1877 e tem como característica principal a sua feição urbana, dada pela presença de azulejos, cantaria, estuque e mármore, dispostos segundo padrões ecléticos. Do lado de fora, existem riachos, uma floresta de jequitibás e as salas de banho, também conhecidas como Ruínas das Termas do Imperador, pois a fazenda hospedou o imperador D. Pedro 2º por duas vezes (1878 e 1886). 

Quando: A Morro Azul é aberta para visitações agendadas e os passeios são acompanhados por guias ou pessoas ligadas à família proprietária.
Onde: Rodovia Limeira-Iracemápolis
Informações: 99607-1188 / e-mail: eventos.fazendamorroazul@hotmail.com





J R Fonseca/Wikipédia
Fazenda Lageado – Botucatu


Sua instalação remonta à segunda metade do século 19, quando ocorreu a grande expansão da economia cafeeira no Oeste Paulista. A estrutura é composta por casa-grande, terreiros de secagem, lavagem de grãos, tulhas e casa de máquinas, bem como instalações que garantiam seu funcionamento, como moinho, serraria, paiol, estábulo, entre outros. A fazenda foi adquirida pelo Departamento Nacional do Café e, a partir de 1934, convertida na Primeira Estação Experimental de Café do país. Na década de 1970, o local foi cedido à Unesp, que instalou ali a Faculdade de Ciências Agronômicas e Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus Botucatu.

Onde: Portaria Principal: Rua José Barbosa de Barros, nº 1780 e Portaria II: Rodovia Alcides Soares, Km 3.
Mais informações: www.fca.unesp.br/#!/instituicao/fazendas/fazenda-lageado/





Fonte: http://viagem.uol.com.br/noticias/2015/10/13/de-imperador-a-baroes-do-cafe-veja-fazendas-preservadas-no-interior-de-sp.htm

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Arqueólogo cria museu com 90 mil peças em 'palácio islâmico' no Rio




Tão improvável quanto a arquitetura foi a localização escolhida –Anchieta, bairro pobre da zona norte do Rio, próximo ao violento complexo de favelas do Chapadão e distante de roteiros culturais.

"Eu herdei dois terrenos, por isso decidi construir ali. E busquei na arquitetura islâmica uma forma de chamar a atenção das pessoas", diz Mello, mestre em arqueologia pela UFF (Universidade Federal Fluminense).

As colunas, arcos e cúpulas do Museu da Humanidade ganharam forma em 14 anos de obras –o local passou a receber visitas de grupos e escolas em 2009. Dentro, o piso é de mosaicos de mármore e as paredes trazem inscrições em árabe thuluth. O lugar vale R$ 2 milhões, de acordo com o idealizador.

Segundo Mello, o palácio foi construído com dinheiro próprio, fruto do trabalho em escavações, cursos e palestras. Ele comandou, por exemplo, a equipe de escavação arqueológica das obras do metrô de Ipanema e do Leblon, na zona sul do Rio.

"Há diferentes apaixonados por história. O saudosista gosta de lembrar o passado. O colecionador precisa ter posse das peças. O preservacionista é preocupado com o patrimônio em geral. Eu sou todos eles em um só", diz.

A coleção abrange peças desde a Antiguidade até o século 19. São milhares de moedas, frascos, roupas, móveis. De um vaso grego do século 3º a.C. a um sacrário jesuítico espanhol de 1620.
Para aumentar a coleção, Mello procura em sites de leilão –foi assim que comprou por R$ 1.000 uma das 50 réplicas da lâmpada original de Thomas Edison, de uma edição especial de 1929.

O arqueólogo também conserva as notas fiscais, registros de importação e atestados de autenticidade para comprovar a origem e o pagamento de impostos das peças.

Além dos itens de sua coleção, o palácio armazena artefatos públicos por meio do Ipharj (Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro), organização privada fundada por Mello.

Com ajuda financeira do governo do Rio, o instituto mantém 1.400 peças das escavações das obras do metrô do Rio, incluindo um penico e uma escarradeira do século 19, além de azulejos e moedas do 2º Reinado (1840-1889).

Como as peças são patrimônio público, o palácio quase preciso uma fortaleza para recebê-las. Foram instaladas 40 câmeras de segurança, sensores infravermelhos e 90 extintores de incêndio.


A sala que guarda esses itens tem ainda equipamento para controle de temperatura e umidade, para a conservação dos artefatos. Mello espera abrir sete salas para visitas sem agendamento no fim do ano e busca doações para as demais.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/04/1765932-arqueologo-cria-museu-com-90-mil-pecas-em-palacio-islamico-no-rio.shtml


terça-feira, 1 de março de 2016

Múmia de 3 mil anos passa por tomografia


Como estudar uma múmia de quase 3 mil anos dentro de um sarcófago, quando só o fato de abrir o invólucro, colocando-a em contato com o ar, pode transformar em pó os restos conservados por milênios? Aliando a tecnologia médica com estudos arqueológicos, o Museu Oriental da Universidade de Chicago conseguiu obter uma imagem tridimensional da múmia egípcia Meresamun sem violar seu sarcófago.


Pesquisadores supõem que Meresamun foi sacerdotisa de um templo de Tebas em 800 a.C. Sua urna funerária é decorada com elaboradas pinturas e está em ótimo estado de conservação. Por isso, depois de descoberta, passou 80 anos lacrada. Segundo os cientistas da universidade, com as informações obtidas no exame será possível estudar como Meresamun vivia, e continuar deixando-a descansar em paz dentro de seu sarcófago.





Fonte: http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/mumia_de_3_mil_anos_passa_por_tomografia.html 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Umberto Eco: A morte e a “legião de imbecis” nas redes sociais.





Não, você não é obrigado a conhecer Umberto Eco.

Talvez o único contato direto que tenha tido com uma obra do recém falecido escritor italiano seja aquele filme estranho, baseado em um livro de sua autoria… como é mesmo o nome?… tinha flor no título, não?… passou um tempo atrás no Corujão… com o cara que fazia o 007… sim! o Sean Connery… e tinha um monte de monge… enfim. Digo contato direto porque sua produção influenciou o pensamento no século 20 e, portanto, a minha e a sua vida indiretamente.
Mas não sendo obrigado a conhecer Umberto Eco, saiba que você também não é obrigado a postar besteiras nas redes sociais sobre alguém que não conhece só para ser o diferentão no momento em que muita gente comenta o seu falecimento, ocorrido nesta sexta (19).
Não sei nem porque estou me lamuriando. Eu tinha certeza que quando desse meu mergulho matinal nas redes sociais, teria vontade de arrancar meus olhos após ver certas coisas. Para entenderem o que quero dizer, chegou ao ponto de chamarem o homem de “petralha''.
E por quê? Porque uma pessoa com pensamento de esquerda elogiou o escritor. E para muitos que não têm conteúdo e não almejam tê-lo, basta saber que se seu “inimigo'' (que mundo é este em que o diferente é inimigo!) admira alguém, esse alguém é um bosta. E, imediatamente, atribuir a ele uma série de opiniões que pertencem ao seu “inimigo'' e não ao escritor por ele admirado. As pessoas deixam de ser o que elas são e passam a ser “o que eu acho que elas devam ser'' baseado em uma imagem incompleta e parcial que tenho de quem os admira.
Se a qualidade de alguém fosse guiada pela análise de seus seguidores, poderíamos dizer que Abraão, Jesus e Maomé não são grandes coisas, tendo em vista o perfil tosco, fundamentalista e violento de parte das pessoas que se dizem suas seguidoras.
Quando Umberto Eco disse que as redes sociais davam acesso à palavra a uma “legião de imbecis'', cujas conversas – antes restritas à mesa de bar – foram transportadas ao mundo, elevando o vazio à categoria de ganhador de Prêmio Nobel, nunca teria imaginado que alguns desses imbecis postariam bizarrices sobre sua própria morte sem ter ideia de quem era ele. Pois o problema não é a crítica (coisa que ele respeitava), mas a inexistência da possibilidade de diálogo quando se é guiado apenas pelo ódio.
Ou teria imaginado, rido disso, imaginado o quanto o debate público está pobre e depois refletido que nós realmente caminhamos em direção à nossa autodestruição. Vem, meteoro, vem.
Creio que Umberto Eco não morreu. Ele simplesmente se cansou e se foi. Este mundo de possibilidades infinitas que vão se desdobrando à nossa frente também guarda uma série de desgostos para alguém que confiava no papel central do conhecimento, e não da opinião sem fundamento, no desenvolvimento da humanidade.
Conhecimento que nunca foi tão importante e, ao mesmo tempo, tão desprezado.

http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2016/02/20/umberto-eco-a-morte-e-a-legiao-de-imbecis-nas-redes-sociais/