Marcus Lopes
Colaboração para o UOL, em São Paulo
Entre as descobertas, algumas são bastante curiosas. Confira abaixo.

'Amante' de ministroReprodução

Quanto vale um barão?Divulgação


Mesmo sem reparar, todos nós carregamos no bolso um pouco da história e da cultura do país: personagens, construções e paisagens estampadas em moedas e cédulas de dinheiro.
Um pai e seu filho decidiram pesquisar a história do dinheiro no Brasil e reuniram as descobertas em um livro: "Papel Moeda" (Bentes Editores Associados). "A numismática [ciência que estuda as cédulas e moedas de um lugar] ensina uma história que não é contada nos livros", diz o arquiteto Fernando Antunes, 59, que escreveu a obra com o filho, Rodrigo Maldonado, 26.
Entre as descobertas, algumas são bastante curiosas. Confira abaixo.
As primeiras moedas começaram a circular no Brasil em 1568. A moeda de cobre de 10 réis foi cunhada em Portugal e enviada para circular na Colônia por ordem do rei Dom Sebastião.
Em uma nota de cem mil réis, de 1918, a fotografia do reverso mostra a paisagem de um Rio de Janeiro ainda sem a estátua do Cristo Redentor, que só seria inaugurada em 1931.
Em uma das cédulas que circularam até 1942, a de 2 mil réis, a jovem que ilustra a nota teria tido um caso amoroso com Joaquim Murtinho, ministro da Fazenda do governo Campos Sales, em 1900.
Em 1942, quando foi feita uma reforma monetária que instituiu o padrão cruzeiro (antes do real), havia 56 tipos de cédulas diferentes em circulação. Para comparação, hoje são apenas seis (R$ 2, R$ 5, R$ 10, R$ 20, R$ 50 e R$ 100).
Nota de 1.000 cruzeiros, que circulou nos anos 1980, com a imagem do Barão do Rio Branco. Daí veio a expressão "barão" para designar 1.000 cruzeiros --alguns usam a expressão até hoje para se referir a mil reais
Por serem confeccionadas por empresas estrangeiras, muitas cédulas tinham a inscrição "Brazil", com "Z".
Em alguns períodos, bancos particulares ou estaduais eram autorizados pelo governo federal a emitir cédulas que entravam em circulação junto com as lançadas pelo Tesouro Nacional. Um desses bancos emissores pertencia a Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá. O empresário também emitiu cédulas em outros países onde seu banco atuava, como o Uruguai.
"Como o crédito (oferecido pelos bancos) era maior do que o papel-moeda em circulação, os credores passaram a emitir vales que passaram a ser aceitos como moeda corrente", afirma Maldonado.
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